 
                'Tudo é negociável', diz advogado do presidente da Colômbia sobre sanções dos EUA
 
                As sanções econômicas contra o presidente colombiano, Gustavo Petro, e seus aliados devido à crise diplomática com os Estados Unidos são "negociáveis", disse o advogado do mandatário em entrevista à AFP nesta quinta-feira (30).
Após uma guerra de declarações de ambos os lados, o presidente americano, Donald Trump, decidiu incluir Petro, sua esposa, um filho e o ministro do Interior da Colômbia na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), com severas sanções econômicas.
A medida bloqueia seus bens nos Estados Unidos e o acesso a qualquer empresa americana ou com capital desse país, sob o argumento de que Petro não faz o suficiente para conter o narcotráfico.
Segundo o advogado americano Daniel Kovalik, os sancionados já estão com seus cartões de crédito e contas bancárias congelados e até enfrentam dificuldades para acessar seus salários como funcionários públicos.
Nos últimos dias, uma empresa de combustíveis associada aos Estados Unidos se recusou a reabastecer o avião presidencial na Espanha.
"Na maioria das vezes, um caso assim é resolvido por meio de negociações ou diplomacia (...) Tudo é negociável", disse em inglês Kovalik, também defensor de direitos humanos.
Kovalik planeja recorrer aos tribunais americanos e ao Departamento do Tesouro, responsável pelas sanções, para apresentar provas de que as acusações de Trump são falsas.
Ambos os processos serão "longos e lentos", acrescentou o advogado, que falou por videoconferência da cidade americana de Pittsburgh.
O advogado se disse confiante de que irá vencer o caso porque Petro "é inocente" das acusações de Trump, que o chamou de "líder do narcotráfico" sem apresentar provas. Kovalik também defende a esposa do presidente, Verónica Alcocer.
Professor e ativista, ele diz que Petro "está sendo punido" por suas posições contrárias a Washington: as críticas aos letais ataques americanos no Caribe e no Pacífico, defesa dos palestinos e a oposição a uma possível intervenção na Venezuela.
Trump tem total autoridade para decidir quem incluir ou excluir da lista. Se não houver acordo, Petro permanecerá nela mesmo após o fim de seu mandato e do do republicano.
Além disso, qualquer empresa internacional ou governo que colabore com Petro estará sujeito a sanções, segundo o advogado, que afirmou que não cobrará por seus serviços.
Petro está "preocupado" e planeja pedir uma isenção da sanção para cobrir as despesas relacionadas com sua filha caçula.
O advogado e o presidente se conheceram nos anos 2000, um dos períodos mais sangrentos do conflito colombiano, quando ambos denunciavam a conivência entre o Exército colombiano e os esquadrões paramilitares. "Isso nos uniu", afirmou.
B.Ramirez--SFF
 
                         
                         
                        