
ANP concede 19 blocos petroleiros na foz do Amazonas por R$ 844 milhões

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concedeu, nesta terça-feira (17), a exploração de blocos petroleiros na foz do rio Amazonas a quatro multinacionais, em um leilão duramente criticado por ambientalistas.
Dezenove dos 47 blocos petroleiros localizados na bacia da foz do Amazonas foram arrematados por R$ 844 milhões por dois consórcios: um formado pela Petrobras e pela americana ExxonMobil, e outro pela também americana Chevron e pelo grupo chinês CNPC.
Esta área de exploração em águas profundas no oceano Atlântico está situada perto da foz deste rio emblemático, que corta a maior floresta tropical do planeta, crucial na absorção dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
Também chamada de "Margem Equatorial", esta área é considerada a "nova fronteira" energética no Brasil.
Cerca de 30 empresas, entre elas as maiores do setor, como Shell, Equinor, ExxonMobil, Total e a Petrobras participam do leilão, realizado em um hotel na zona oeste do Rio de Janeiro.
Uma centena de manifestantes se concentrou desde cedo em frente ao local. Membros do coletivo Arayara, entre eles indígenas com cocares e vestimentas tradicionais, exibiram um cartaz com a frase: "Pare o Leilão do Juízo Final".
As empresas foram chamadas a apresentar ofertas para obter concessões de exploração de hidrocarbonetos em 172 blocos, a maioria offshore, que depois deverão passar pelos controles do Ibama, que concede as licenças para a operação efetiva.
As críticas dos ambientalistas se concentram sobretudo nos 47 blocos situados na bacia da foz do Amazonas.
B.Ramirez--SFF