
"Este território é inegociável", diz vice venezuelana sobre disputa com Guiana

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou nesta quinta-feira (5) que a região que a Venezuela disputa com a Guiana há mais de um século "é um território inegociável", durante a posse do governador do novo estado da Guiana Essequiba.
O almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha, tomou posse nesta quinta-feira como o primeiro governador do 24º estado da Venezuela, após ser eleito nas eleições de 25 de maio, embora na prática a Guiana administre o Essequibo, um território de cerca de 160 mil km² rico em petróleo e pedras preciosas.
"Esse território é inegociável, os ingleses devem ter isso muito claro, nós vamos defender esse território com a nossa vida", declarou Rodríguez durante a cerimônia realizada em Tumeremo, capital administrativa do novo estado, localizada a cerca de 100 quilômetros da região em litígio.
"A Venezuela se defenderá com todas as ferramentas que o direito internacional lhe fornece para defender seus direitos legítimos", enfatizou a vice-presidente. "Jamais cederemos um metro quadrado do território que nos pertence", concluiu Rodríguez.
Villamizar, por sua vez, afirmou que se está "vivendo o tempo de recuperação da nossa Guiana Essequiba". "Estamos tomando posse, prestando juramento como governador da Guiana Essequiba, o 24º estado da nossa bela pátria", celebrou.
Acrescentou ainda que o "compromisso" é "levar adiante todas as ações necessárias para criar essa série de condições" destinadas à "solução da controvérsia".
A Guiana, por sua parte, criticou a eleição organizada pela Venezuela. O vice-presidente Bharrat Jagdeo declarou em 29 de maio que as eleições foram "ilegais e fraudulentas".
"Foram um fracasso segundo qualquer critério", opinou.
A Guiana pede à Corte Internacional de Justiça, a mais alta instância da ONU, que ratifique as fronteiras estabelecidas em um laudo de 1899.
A Venezuela não reconhece essa instância e recorre ao Acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que anulou a decisão anterior e estabeleceu as bases para uma solução negociada.
V.Mitchell--SFF