Ex-presos venezuelanos em El Salvador exigem que seu nome seja limpo nos EUA
Parte dos imigrantes venezuelanos que foram levados para uma megaprisão de El Salvador exigiu nesta sexta-feira (26), em Caracas, que os Estados Unidos permitam que eles contestem as acusações que levaram à sua deportação, como determinou uma corte federal.
Um grupo de 252 venezuelanos detidos nos Estados Unidos sob a acusação de pertencerem à gangue Trem de Aragua foi expulso em março para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) de El Salvador, onde eles afirmam que foram torturados.
O presidente americano invocou a lei de inimigos estrangeiros de 1798 para expulsar os imigrantes rapidamente, sem apresentar provas ou julgá-los. Nesta semana, um tribunal federal de Washington pediu que o governo americano elaborasse um plano para que imigrantes deportados possam ter o "devido processo".
Representantes dos ex-presos disseram em entrevista coletiva que eles querem ter a oportunidade de limpar seus nomes. "Fazemos um apelo aos governos dos Estados Unidos e de El Salvador para que cumpram integralmente a ordem judicial", diz um comunicado lido por um grupo de cerca de 40 ex-presos.
A decisão da Justiça Federal abrange 137 dos 252 venezuelanos deportados. Não ficou claro se o texto foi assinado por todos os envolvidos.
"Esperamos que essa resolução do juiz americano marque o início de uma solução justa e humana para a nossa situação", ressalta a nota.
O tribunal americano propôs que as audiências pudessem ser realizadas fora dos Estados Unidos, desde que respeitando o devido processo. Alguns dos envolvidos, como Arturo Suárez, 34, disseram que não têm interesse em voltar aos Estados Unidos.
"Queremos que nossos nomes sejam limpos e, obviamente, que paguem e tentem reparar o que fizeram injustamente conosco", disse Suárez à AFP.
Em julho, um barbeiro de 27 anos que está entre as vítimas do Cecot processou o presidente Donald Trump por US$ 1,3 milhão (R$ 7,2 milhões).
L.Lopez--SFF